Costa Vicentina - Locais e praias a visitar - Onde Acampar?
- Ines Medina
- 15 de out. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 17 de nov. de 2020
A pandemia Covid-19 alterou, em parte, a possibilidade de viajar em segurança pelo mundo, por isso, optámos por viajar dentro do nosso lindo país.
Decidimos viajar pela Costa Vicentina, no nosso bolinhas. Com o carro a rebentar pelas costuras, foram cinco dias de grandes emoções, aventuras e descobertas. Lindas paisagens e comidas deliciosas, complementaram a nossa viagem, fazendo desta, uma aventura perfeita.
Neste post iremos mostrar o nosso roteiro diário, que inclui os melhores locais e praias a visitar, onde comer e onde dormir. Para complementar, podem ainda ver o nosso Vlog, repleto de filmagens inspiradoras dos locais por onde passámos.
De referir que optámos por dormir em parques de campismo, primeiro porque é algo que adoramos fazer, segundo porque é muito mais barato de que ficar em hotéis ou pousadas. Por isso, se gostares de pernoitar numa tenda a ouvir os sons da natureza, aproveita e segue os nossos conselhos de parques de campismo a visitar!
1º Dia: Faro - Odeceixe
Ás 10h do dia 25 de Setembro de 2020, saímos de São Brás de Alportel com rumo à nossa primeira paragem: Praia da Arrifana.
Esta praia é o paraíso dos surfistas! O areal tem mais de meio quilometro de extensão e é protegido por altas arribas de grande beleza natural. É paragem obrigatória uma visita à Fortaleza da Arrifana, onde é possível desfrutar das mais belas vistas panorâmicas da Costa Vicentina.
Quando a barriguinha se começou a queixar, dirigimo-nos para a vila de Aljezur, optando por almoçar no Restaurante Pont'a pé, onde comemos bifes de peru com cogumelos e Bacalhau à Brás, pagando um total de 31€. Para além do preço bastante acessível, o ambiente e os empregados eram bastante simpáticos!
Depois de almoçados, visitamos a vila, inclusive, o Castelo de Aljezur, de onde é possível ter uma vista panorâmica da freguesia.
Rumo ao próximo destino, passámos pela Praia da Amoreira, uma paragem para visitar as incríveis formações rochosas talhadas a xisto. Beneficia de uma praia marítima e da foz da ribeira de Aljezur onde, apesar do vento e do frio, ainda deu para molhar os pés na água gelada.
Parámos para fotografar o Moinho de Odeceixe, e terminámos o dia na Praia de Odeceixe, que nos convidou para um mergulho (apesar do esforço para entrar na água)!
Pernoitámos no Parque de Campismo de São Miguel, onde podemos descansar e tomar um banho quentinho. Os balneários estavam muito bem limpos!
O preço por cada adulto é de 7€, e uma tenda (até 10m2) custa 6€. Ou seja, pagámos um total de 20€ por uma noite, sendo este o parque mais caro da nossa viagem, mas considero que foi um bom preço a pagar pois as condições eram excelentes e o parque estava quase vazio!
2º Dia: Odeceixe - Vila Nova de Milfontes
O dia começou com uma aventura à procura da Praia da Amália, local onde é necessário percorrer um pequeno trilho pedestre, ladeado por grandes canaviais. À chegada temos uma vista incrível, e uma escadaria que nos leva ao pequeno areal que nos aguarda com uma surpresa: uma cascata!
Seguimos viagem em direção à Aldeia de Brejão, conhecida pelos seus quatro grandes murais com imagens da Amália Rodrigues. A aldeia pretende manter viva a memória desta grande figura da cultura nacional e a ligação que Amália Rodrigues manteve com o concelho de Odemira ao longo da sua vida.
Não podiamos deixar de visitar a Zambujeira do Mar, onde o João já foi muito feliz, quando vinha ao Meo Sudoeste abanar o capacete. :)
O Cabo Sardão presenteou-nos com um conjunto de passadiços e miradouros perfeitos para aproveitar a brisa do mar e deixar o tempo passar. Este é o ponto mais ocidental da costa alentejana e é guardado por um imponente farol, com cerca de 17 metros de altura.
Sobre a costa recortada do Parque Natural do Sudoeste Alentejano, esconde-se a Praia do Almograve que, devido ao vento agreste, apenas visitámos de cima das arribas. Quando o mar assim o permite, criam-se piscinas naturais à beira mar, tornando-se numa praia bastante procurada.
A hora do almoço levou-nos a Odemira, onde comemos no restaurante "O Escondidinho", que nos deliciou com as suas Ameijoas à Bolhão Pato e com umas Alheiras Fritas de comer e chorar por mais! Pagámos um total de 42€, com direito a entrada, segundo prato, bebidas, café e sobremesa!
O final de tarde levou-nos à Praia Fluvial da Albufeira de Santa Clara. A albufeira cobre uma área de 1986 hectares, sendo considerada uma das maiores da Europa, e é alimentada pelo Rio Mira. Aproveitámos para descansar em perfeita integração com a natureza que nos circundava, e para dar uns mergulhos na plataforma criada para esse mesmo fim.
Terminámos o dia no Camping de Milfontes, que estava bastante cheio, e que, por ser um parque mais familiar e com grandes grupos a acampar, havia muito barulho até tarde. O parque deveria apostar numa remodelação aos balneários pois estes estão em muito mau estado. Apesar disso, o bar de convívio tem um ambiente acolhedor para um final de noite, e o staff é bastante simpático. Pagámos 4,5€ por cada adulto, e 5,4€ para uma tenda (até 6m2), perfazendo um total de 14,5€, sendo este o parque mais barato da nossa viagem!
3º Dia: Vila Nova de Milfontes - Porto Covo
O dia tinha tudo para correr bem depois de um croissant delicioso na Pastelaria Mabi e de um passeio pelas ruelas de Vila Nova de Milfontes, incluindo a visita ao Forte de São Clemente e à Estátua do Arcanjo.
Outra boa razão para visitar esta pitoresca vila é o acesso ao cais de embarque dos barcos que, durante o verão, atravessam o rio Mira para levar os veraneantes à bela Praia das Furnas.
A estrada continua até à Praia do Patacho. Há mais de 20 anos que esta praia recebeu um visitante inesperado, o barco Klemens, que partiu do porto holandês de Leewarden em dezembro de 1996. O destino era Portimão, no entanto acabou por ficar pelo caminho, e é lá que continua, agora já em carcaça, com destroços por toda a praia.
O local seguinte foi dificil de descobrir, isto por ser uma jóia perdida no meio de nenhum. A Cascata da Rocha Alta tem cerca de 30 metros de altura. Aqui, o mundo abranda quase até parar, a imensidão faz esquecer preocupações e correrias. Esquecemos o tempo e aproveitamos para descansar sobre a sua enorme sombra.
Almoçámos no Restaurante "O Amândio", na Ribeira da Azenha, que nos proporcionou uma excelente carne gralhada, acompanhada com vários tipos de fruta, migas, arroz e batata! O pessoal era extremamente simpático e prestável, e o ambiente muito agradável, havendo a possibilidade de comer num pequeno pátio ao ar livre! Pagámos 29€!
Seguimos viagem para a Praia da Ilha do Pessegueiro que está situada em frente à ilha que lhe dá nome, onde se encontram vestígios de uma ocupação muito antiga, como a fábrica de salga de peixe da época romana.
Durante o verão, diversos barcos proporcionam visitas à Ilha, atravessando o canal que foi usado como porto de abrigo pelos romanos, e que hoje em dia oferece excelentes condições para a prática de desportos náuticos.
Porto Covo é uma vila pequena com grandes praias, nomeadamente a Praia dos Buizinhos e a Praia Grande. Esta foi a nossa última paragem do dia, antes de nos dirigirmos para o parque de campismo Yelloh! Village Costa do Vizir.
O preço por noite, para duas pessoas com uma tenda regular, é de 18€, com direito a electricidade e acesso à piscina. Este parque possui instalações totalmente renovadas e excelentes condições de limpeza, e foi o parque que nos agradou mais. Depois de um mergulho na piscina jantámos e dormimos um sonho de beleza, que nos preparou para o dia seguinte.
4º Dia: Porto Covo - Galé
Começámos o dia com uma paisagem inspiradora na Praia da Samoqueira, localizada junto a uma exploração de avestruzes, oferece uma grande areal, com bonitas formações rochosas.
Este foi o dia em que a temperatura estava mais agradável e livre de vento, algo quase impensável na Costa Vicentina. Por isso, aproveitámos para passar a manhã na Praia de São Torpes, a apanhar banhos de sol e a inspirar o ar do mar! Apesar de termos lido que esta era uma praia onde a temperatura da água podia rondar os 30º graus, nesse dia tal não se sucedeu, infelizmente! Ou fomos nós que estávamos no sitio errado! :(
Mas...se passarem por lá e a água estiver, realmente, quentinha, fiquem a saber que tal acontece porque a praia beneficia da atividade da central termoeléctrica de Sines, situada mesmo do outro lado da estrada.
O almoço levou-nos a Sines, onde comemos um peixinho assado no Restaurante Flor de Sines, pelo preço de 30€, e demos um passeio pelas ruas da cidade.
O nosso plano inicial era acamparmos na Lagoa de Santo André, mas quando lá chegámos mudámos de ideias subitamente, e após uma vistoria rápida à lagoa e ao bar da praia, seguimos viagem em direção ao Parque de Campismo da Praia da Galé.
O parque é bastante grande e com muito espaço livre para colocar a tenda, tinha pouca gente e era bastante sossegado. Pagámos 5,30€ por cada adulto, e 5,10€ para uma tenda (até 8m2), totalizando um valor de 15,70€. O bar e restaurante de convívio são bastante agradáveis, com zonas ao ar livre e interiores, os balneários estavam muito bem limpos, e foi o único parque onde nos mediram a temperatura à entrada! Considero que estão muito bem preparados para receber pessoas em segurança nesta altura de pandemia!
Agora que já estávamos profissionalmente aptos para montar o acampamento em menos de cinco minutos, aproveitámos para descansar cedo, depois de um refrescante mergulho no mar agitado da Praia da Galé. - "Um bom descanso é o primeiro passo para um amanhecer glorioso"
5º Dia: Galé - Casa
Decidimos passar o último dia da nossa viagem a descansar, antes de voltar ao trabalho! Acordámos tarde, aproveitámos o sol quentinho para nos estendermos na areia da Praia da Galé e, quando nos sentimos preparados, arrumámos a tralha e rumámos em direção a casa.
Falando de dinheiro: gastámos 60€ em gasolina (que deu para percorrer 670 km), 68,20€ em dormidas (4 noites), 132€ em restaurantes, e 15€ em comidas (enlatados, massas e legumes) para o jantar, que cozinhávamos sempre no campismo com recurso ao campingaz! Totalizando um valor de 275,20€ para duas pessoas!
O facto de comer em restaurantes encarece muito a viagem, mas é bastante prático! Claro que se optarem por comer sandes, ou cozinhar ao almoço com recurso ao campingaz e aos enlatados, o preço reduz drasticamente! Tudo depende do que estão dispostos a gastar!
Foi, sem sombra de dúvidas, uma viagem incrível, dentro do nosso país, que tanto tem para oferecer e explorar. Aconselhamos vivamente em visitarem o Parque Natural do Sudoeste Alentejano, listarem os locais a visitar antes de sair de casa, mas deixar tempo para se aventurarem no desconhecido!
De sorriso no rosto, guiámos até casa, com excelentes memórias no pensamento!
Inês e João, que viagem maravilhosa que fizeram.
Realmente o nosso país tem sítios lindos, poucos explorados e
que se pode fazer com pouco dinheiro.
É um sonho que gostaria de realizar, agora mais fácil com as vossas
excelentes dicas.
Sejam felizes, Beijinhos